Thursday, June 29, 2006

[MEIO TERMO ERMO]

Copos de vinho depois de meus primeiros pareceres, pareci eu mesma. Medo me bateu. Uma mulher descoberta, sem ultrajes, disfarces ou detalhes a que se apegar pode ser ameaçadora. Não receei ameaçá-lo. Só não queria que fosse daquele jeito. Num restaurantezinho tão sem graça; com aquelas velas marrons cercando a mesa, que nada tinham a ver com as flores de centro e a nossa truta no prato. Ele me elogiou. De maneira bem esquisita, bem desordenada. Fiquei estática, sequer agradeci. Estava preocupada com os meus trejeitos agora. Não queria estragar todo o aparato que ele me dizia ter. Sofri uns segundos. Virei mais uma taça de vinho. Eu estava nervosa? Não. Queria sair dali? Não... Imagina. Poderíamos ir para um lugar mais reservado, se fosse o caso. Pensei pra responder essa. Ele me olhou nos olhos apreensivo. Tava certo, mas queria uma carona pra casa. Não entendeu. Nem um pouco. Expliquei minuciosa: não queria dormir fora. (Meus quarenta anos assolaram meu semblante. Meu gato preto estaria rondando a sala. E as plantas que ainda não havia molhado. E a vela do meu santo esperando para ser acesa. Mania de ser só.)

Monday, June 26, 2006



[MULHERICE]


Penso, logo hesito.

Sunday, June 11, 2006




Quanto vale um sonho? Vale um amor? É infinito enquanto dura? Dura enquanto se vive? Perdura depois que se morre? Matura depois que se sofre? Vigora depois que se muda? Preenche o espaço da dúvida?