Dia 1º. Abro indefesa nossa janela, e lá em baixo o dia se mostra inumano. Há as velhinhas com sacolas inúmeras andando a passos lerdos e meio errantes. Há os feirantes, roucos do resto da semana – e os faz-nada, fazendo a alegria de seus cachorros. Jajá nos juntamos a eles, mal acordados como estamos.
Estou enciumada do seu destino. Incomodada com a sua barba nova. Medrosa da chuva que vai descer. Meu mal-humor matinal te faz tragar mal o café. Ter pressa com os sapatos, relaxar com os dentes. Escolhemos a vida comum à vida simples. Romances baratos desses que se perdem na memória, vícios fora de contexto, solidão. Agora penso no meu esforço de decidir e te fazer decidir por mim. O problema sempre é tudo culminar num dia primeiro – que tudo tem a ver com o dia 31.
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