Tuesday, February 01, 2011

[NAMORADO]

Te segura a mão ao caminhar.
Te renova os votos de amor antes de dormir.
Te escuta te olhando nos olhos.
Te compra presentinhos que ficam.
Te apressa para a matinê.
Te beija sem ver.
Tem braços feitos pra você.
Um coração que te completa,
um calor que te conforta.
Um amor na medida certa -
do qual não se precisa tirar nem pôr.

Thursday, December 16, 2010

Se o tempo passa,
Eu também o faço.
Se voa,
não o vejo.
Como não o vê muita gente.
Que sequer vê o essencial -
talvez pelo motivo que o poeta apontou.
E se o essencial fica tão longe
do que se diz ser a janela da alma,
como entender
como significar
como versar
sobre viver?

Sunday, October 24, 2010

[CABELO]

O seu, é meu acessório predileto. Te cai bem pelas costas e te realça a entrada das maçãs. Tem um cheiro que me faz pensar nos meus melhores anos - os nove. Quando a gente comia bolo de milho com café na minha avó. Tirava carambola do pé. Tomava banho de chuva no quintal, crendo piamente que a gripe era um vírus, como dizia o livro - e uma chuva inofensiva não nos tiraria daquele estado de graça.

Eu penso no seu cabelo quando penso em você. Em como o seu sacodir de cabeça quando ele te cai à testa diz muito sobre você. Penso em você querendo se proteger dele quando vem o vento. Em você enroscando ele nos dedos quando não sabe o que dizer.

Só consigo desejar te ter do lado pelo tempo que seja possível viver. Que o amor que te tenho seja desses que vão e voltam. Sem ter fim. Como as ondas do seu cabelo - que Deus, assim como os teus traços, há de preservar

Tuesday, October 19, 2010

O tempo é tão sábio.

Eu o vejo passar, tranquilo e compassado diante dos meus olhos, me dizendo que preciso compreendê-lo. Seguir seus passos, talvez. Observar sua constância. Eu preciso dele, ele não precisa de mim. É curioso e incômodo. Às vezes é lindo - quando no balanço dele eu percebo que a delicadeza com que ele se move me devia consolar. E consola.

O tempo é tão sábio.

Thursday, August 27, 2009

[EU NÃO SOFRO TANTO ASSIM]

Há coisas que doem sem ser. Aquelas que não se pode prever. As que se esquadrinha sem se ter chance de saber. Há o fato de que os porquês têm validade de importância. De que sabê-los não pode contê-los, e sendo assim, não te resta muito além de descansar. Tolo é quem não o faz. Tola, eu às vezes me admito. Mas tento compensar rindo quando te vejo. E penso que eu, na verdade, não sofro tanto assim.

Wednesday, May 27, 2009

[AMOR SEM DESCANSO]

Não sobra quase nada quando falta o amor. É que a existência toda já aconteceu por intermédio dele. E o que nela se pode perpetuar, vem dele diretamente. É um ciclo que de tão óbvio nem precisa ser chamado assim. É um rumo que se dá porque assim sucede, diante do qual você não tem muitas escolhas. Diante dele você também se sente pequeno. Impotente. Às vezes até só. Uma sensação que mais esquisita não pode existir é a idéia de que o amor, em qualquer pessoa, fica escondido no mesmo lugar. Canalizá-lo pode ser difícil. Transformá-lo em atitudes, talvez até mais. O que pode dar errado no curso das coisas é que às vezes ele pode estar ali, pronto para ser doado, sem ter onde repousar.

Wednesday, January 07, 2009

Hoje não tenho pressa. Só uma vontadezinha de que o que começou não se consume, mas tome o rumo que nasceu para tomar.

Quero nós em todos os pontos, tempo suficiente para o coração esfriar depois dos melhores momentos. Quero todas as palavras ditas. Nenhuma entrecortada, nenhuma contida no esforço de deixar que qualquer outra coisa fale.

Vai valer a pena degustar esse agora assim descansada. A felicidade que eu vou ter vai ter o tamanho da minha alma. A tranqüilidade que eu vou receber vai ser bonita e branda. Como a feição que eu quero ter daqui a quarenta anos. Como os filhos que quero gerar. De preferência no outono.