Wednesday, May 21, 2008


A moça da foto se chama Flávia Evangelista. Moradora do Leme, frequentadora da Lapa, diretora de arte de vários curtas que estão rolando, em quem provavelmente ainda vai se ouvir muito falar. Pessoa incrível. Uma vez sonhei com ela declamando um poema, num vestido de bolinhas, num teatro antigo e enorme do Rio. Na época, estava fazendo exercícios para ter sonhos lúcidos, já que tenho muitas idéias sonhando. Consegui acordar no meio do sonho e transcrever o poema. Que era assim:


Preciso largar essa coisa de cigarro
preciso largar essa coisa de trabalho.
O corpo fraco,
o dia escasso.
O fio do dia casto.

Seja poesia,
seja ela o que for,
busco o horror das coisas ditas alegremente;
o escuro intenso da minha alma clemente
quer mais um dia
da mais lúcida dor.

Essa arte me mata amiúde
no esforço das coisas repetidas
na miséria plácida que me urge
aguardo que venha outra vida
onde eu consiga largar essa coisa de cigarro.

(em 2 de Outubro de 2005)

7 Comments:

Blogger mary said...

ontem, quando eu dormia,
Lisboa batia à minha janela
pedindo para eu acordar
para me eternizar
no sonho do poeta.

(em 5 de Março de 2008)


agora fica sendo seu.

4:35 AM  
Blogger ::: Luís Venceslau said...

só digo uma coisa: q meeedo :o

6:24 AM  
Blogger Eliza Araújo said...

kkkkkkkkkkkkkkkkk

6:31 AM  
Anonymous Anonymous said...

"aguardo que venha outra vida"

10:39 AM  
Blogger Rose Marques said...

Oi, Eliza!
Descobri o seu blog e estou encantada!
Adorei os seus textos! Não vou usar o clichê de que eles conseguem dizer o que a gente está sentindo. Mas vou dizer que eles falam o que a gente sente, de uma maneira que a gente nunca pensou antes.
Abraço!

2:50 PM  
Blogger Vivian HP said...

Achei linda a poesia e gostei muito dos outros textos que li aqui.Descobri seu espaço através do blog da Marília. Abraço!

7:59 PM  
Anonymous Anonymous said...

poxa, que engraçado, outro dia ela me escreveu dizendo que queria largar o cigarro.

munitinho o poema :)

10:02 AM  

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