Friday, June 15, 2007

Meus namorados me deixaram uma herança numerosa de músicas prediletas. Escolhi-os também a dedo, numa seleção que só a mim fazia sentido, crendo que, com os meus requisitos, saberia o quê exatamente eles podiam me dar.

Sempre tivemos literatura da melhor qualidade em nossos criados-mudos, éramos pragmáticos, tínhamos bom gosto para sapatos e uma empatia com a natureza que nos elevava. Nem sempre funcionou. Faltou me focar na não-timidez, no espírito aventureiro.

Às vezes acordava de seus lados na cama e pensava (com conexões que só Deus sabe) que aquilo ia acabar me levando à morte, ou senão à apatia. E então eu sabia que os conflitos estavam por vir; que a minha cabeça sempre foi tão diferente, que a minha queda por superstições já tinha me transformado numa paranóica tal qual a vovó. Quando essa noite fatídica acontecia, eu levantava no outro dia exausta e desejosa da solidão. E então ficava só. Recobrando forças para uma próxima. Sempre tive o coração curioso, tenso, teimoso. Herança genética. Da humanidade feminina que aqui viveu.

5 Comments:

Anonymous Anonymous said...

"Sempre tive o coração curioso, tenso, teimoso"
saudade de tuas palavras, saudade..
bebi um pouco hj, creio.
bjos linda

11:49 PM  
Blogger Unknown said...

Passeando pelo teu perfil no orkut, encontro esse ligarzinho mágico.

Teus textos são perfeitos.

Beijão, e um abraço no meu amigo.

3:43 PM  
Anonymous Anonymous said...

É pra botar pra pensar mesmo..

Mas essa curiosidade é tão periogosa..

;]

1:04 PM  
Anonymous Anonymous said...

Ah, já vou avisando: 03, 04 e 05 de agosto, festival aumenta que é rock, no galpão 14, centro histórico. É pra ir viu? No dia 04 eu toco com o Pluma, e no dia 05 com o Gauche.

[doido? nada.. 8B]

1:09 PM  
Blogger Leticia Mazzelli said...

pelas garimpagens a gente acha coisa muito boa! parabéns pelo blog!
abraços.

7:14 AM  

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