Meus namorados me deixaram uma herança numerosa de músicas prediletas. Escolhi-os também a dedo, numa seleção que só a mim fazia sentido, crendo que, com os meus requisitos, saberia o quê exatamente eles podiam me dar.
Sempre tivemos literatura da melhor qualidade em nossos criados-mudos, éramos pragmáticos, tínhamos bom gosto para sapatos e uma empatia com a natureza que nos elevava. Nem sempre funcionou. Faltou me focar na não-timidez, no espírito aventureiro.
Às vezes acordava de seus lados na cama e pensava (com conexões que só Deus sabe) que aquilo ia acabar me levando à morte, ou senão à apatia. E então eu sabia que os conflitos estavam por vir; que a minha cabeça sempre foi tão diferente, que a minha queda por superstições já tinha me transformado numa paranóica tal qual a vovó. Quando essa noite fatídica acontecia, eu levantava no outro dia exausta e desejosa da solidão. E então ficava só. Recobrando forças para uma próxima. Sempre tive o coração curioso, tenso, teimoso. Herança genética. Da humanidade feminina que aqui viveu.
5 Comments:
"Sempre tive o coração curioso, tenso, teimoso"
saudade de tuas palavras, saudade..
bebi um pouco hj, creio.
bjos linda
Passeando pelo teu perfil no orkut, encontro esse ligarzinho mágico.
Teus textos são perfeitos.
Beijão, e um abraço no meu amigo.
É pra botar pra pensar mesmo..
Mas essa curiosidade é tão periogosa..
;]
Ah, já vou avisando: 03, 04 e 05 de agosto, festival aumenta que é rock, no galpão 14, centro histórico. É pra ir viu? No dia 04 eu toco com o Pluma, e no dia 05 com o Gauche.
[doido? nada.. 8B]
pelas garimpagens a gente acha coisa muito boa! parabéns pelo blog!
abraços.
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