O “eu te amo” foi inventado para se guardar com zelo, como se guardam segredos que seriam dolorosos de revelar. Foi criado para descrever o indescritível, para preencher momentos não-raros nos quais se vive sem ponderar: fazendo o café ou a cama, calçando sapatos de inverno, abrindo a porta, penteando os cabelos.
Faz tempo que ele faz os amantes desistirem de argumentos que alongariam a discussão. Faz tempo que, dependendo de hora, lugar e interlocutor, ele pode ser traumático e indigerível – ou – inesquecível e impossível de conceber. Há coisas que tem a sua forma e semelhança. Olhares singelos. Beijos sinceros. Cafunés com a ponta dos dedos.
Pouca coisa, porém, pode ir mais fundo que ele. E pouca gente consegue tomá-lo com o devido cuidado e fazer dele algo em que se apoiar. Um coração cujo dono anda em outro corpo, entretanto, é caso perdido, desde que o mundo o é.
5 Comments:
Eliza,
Adorei a visita!
Vamos trocar mais figurinhas, sim!
Daqui a pouco vai ficar chato eu só ficar te elogiando, mas seus textos são lindos demais! Dá vontade de anotar algumas passagens de tão inusitadas e, no entanto, reais... "Um coração cujo dono anda em outro corpo, entretanto, é caso perdido, desde que o mundo o é."
Você tem mais uma fã aqui!
Abraço!
E quem usa de forma descuidada acaba quase sempre tendo remorso. Esse danado é complicado que só ele..
Doida pra dizer... e ouvir!
guardado.
que blog lindo achei, meu deus. :) visita o meu :)
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