Thursday, August 23, 2007

Mamãe me ensinou que é sempre cedo pro nunca. Que não se deve desistir, a despeito de tudo que te justifica ter mudado. Eu me preparei para não mudar quando chegou a minha vez, então. Queria evitar a dor e conservar o amor que eu ainda tinha - um amor do meu jeito, com a minha identidade, que eu ajudei a embrionar.

Uma hora comecei a contar os pontos. Ver o que valeu, o que não. Isso vira vício, vira escape. E você vira qualquer coisa que não você. A coisa que eu virei foi uma coisa intolerante, que nem a si tolera e que não tolera o tempo demorar passar. O tempo só demora passar quando a pessoa está apática, não é? E está crítica demais para notar as belas coisas simples.

Bem, nada disso me matou até então. E a falta de coragem me fez acreditar no que mamãe disse, só pela sobrevivência da convenção - ou quem sabe pela minha.

Hoje disseram na tevê que a convivência é a coisa mais anti-afrodisíaca que existe. Pois ela também se tornou uma convenção - e não me sinto sozinha num mundo do qual todo mundo participa no mesmo ciclo vicioso de dúvidas.

Duvidar tem o seu mérito. Te faz humano e vencedor diante das afirmações que podem ser, que não. Então vou amando duvidar, inclusive de mim; já que o meu amor mais trabalhoso, como tudo na vida, envelheceu, enrugou e tem patologias sérias, sobre as quais não me permito discorrer.

3 Comments:

Anonymous Anonymous said...

dia desses sonhei por ti, vendo a si propria com lindas asas oras de anjo oras de borboleta, havia uma cor predominante q parecia mistura de azul e rosa mas nao era lilas, e nao a identifiquei na minha paleta de cores. acordei leve por um instante até voltar a mim.
hj li teu texto e achei q no lugar de um 'comentario' deveria contar meu sonho, e só.
bjos moça, se cuida

9:54 AM  
Blogger Paula said...

passeando pelos teus textos, tive a impressão de já ter lido aquele do dia 15 de junho sem ser na tela. foi? ou apenas devo ter passado por aqui sem comentar. não lembro. ai que inveja disso de nunca parar de escrever..
ah, voltando ao 15 de junho, lembrou-me o livro que você (se) deu a alex e vai me emprestar..

5:42 PM  
Blogger Ronaldo Monte said...

Gosto muito dos seus textos, menina. Este, então, me leva para uns cantos de mim mesmo que há muito não visitava. Agradeço. Ronaldo Monte.

6:50 AM  

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