
Dele, ela cuida. Faz café fresco para a dor de cabeça passar.
Passa também os colarinhos com cuidado..
Não liga pro bafo matutino entre o desabafo
nem pro afobo em dizer tudo duma vez
- entre abafes com a mão estendida sobre a boca
disfarçando o sono, ele fala da vida.
Ele fala da vida.
Fala dela, sua vida, da doideira que dá nela de noite,
da doçura que a pressa omite,
do desmantelo que ela tem no caminho
- já trilhado, já sabido, já vivido,
já que a morte assombra a cabeça quando a solidão das outras coisas aperta.
As outras coisas apertam tanto quanto os sapatos em dia de muito sol.
Mas dias de fá sustenido povoam a vida de esperança,
como o povo que povoa as ruas
que na nudez da vida cosmopolita, passa em branco entre a luz do dia
dizendo adeuse olá no mesmo tom.